Conhecimento é poder!

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Conhecimento é poder

Publicado por GUIA DE IRECÊ - O que você procura está aqui! em 03/07/2012 às 21h33
  
Basicamente, existem dois tipos de políticas econômicas: a primeira, com estímulos de curto prazo, por meio de facilidades de acesso ao crédito e do aumento do consumo, para estimular o crescimento econômico (que difere de desenvolvimento); a segunda, com investimentos de longo prazo, como o aprimoramento da educação de qualidade e investimentos em inovação tecnológica.

A primeira opção, tradicionalmente, é a que os políticos mais gostam, pois além de ser uma solução mais fácil e de curto prazo, garante voto nas eleições, já que o eleitor é persuadido de que vai melhorar seu poder de compra. Os outros temas, como educação e saúde, não sensibilizam tanto o eleitorado. A educação ineficiente também sempre foi uma estratégia de domínio e opressão dos mais fortes sobre as classes mais desfavorecidas. Então, não converge com os interesses de governos populistas. Uma política de cotas é mais fácil do que melhorar a educação. Saber é poder.

Países com pessoas não educadas e com pouco incentivo para a inovação não produzem grandes avanços tecnológicos. E, a inovação, especialmente a tecnológica, é, atualmente, a única maneira de se aumentar a produtividade, a capacidade de competir e, conseqüentemente, alavancar o desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade. Em especial, destaco o caso da China, o qual deve servir de modelo para o Brasil, já que após a Revolução Cultural, entre 1966 e 1976, que transformou intelectuais e professores em inimigos do Estado e fechou as universidades, conseguiu em 30 anos (aproximadamente uma geração) emergir como potência econômica do mundo, escolhendo como estratégia o investimento maciço em educação de qualidade.

A China lidera o ranking mundial no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês) realizado em 65 países pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o qual tem como objetivo comparar o desempenho da educação no mundo, nas áreas de leitura, matemática e ciências, de alunos na faixa de 15 anos de idade. O Brasil ocupa apenas a 53º posição, atrás de países como Trinidad e Tobago, Uruguai, México e Chile, com pontuação abaixo da média sugerida pela OCDE.

Desde o final da década de 1990, o governo chinês vem investindo na transformação das principais universidades chinesas em universidades de classe mundial, para que funcionem como pólo de atração para estudantes e pesquisadores estrangeiros. As universidades também se tornaram importantes incubadoras de alta tecnologia industrial e os centros de pesquisa das universidades operam em estreita colaboração com as empresas industriais, transferindo diretamente para as empresas os resultados das atividades de P&D. No final de 2010, havia 1,24 milhões de estudantes chineses no exterior, dos quais 285 mil eram novos estudantes. A meta é elevar o número de pesquisadores à 3,8 milhões até 2020, com 40 mil cientistas de altíssimo nível nas áreas-chave de inovação.

O Brasil também tem caminhado, mas não na mesma velocidade. O acesso ao ensino básico é quase universal. Porém, é altamente deficiente quanto à qualidade da educação que oferece. O ensino fundamental médio não proporciona o conhecimento mínimo de português nem de matemática necessários para uma cidadania ativa, muito menos a uma participação produtiva em um mercado de trabalho com base em tecnologia. Em número de doutores, o país continua atrás de muitas economias menores. Mas, o governo lançou em 2011 o Programa Ciência sem Fronteiras que tem como objetivo principal estimular o avanço da ciência, tecnologia, inovação e competitividade, por meio da expansão da mobilidade internacional dos pesquisadores.

Em síntese, concluímos que no quesito educação, a diferença entre Brasil e China está na ineficiência dos investimentos públicos, dados do Global Education Digest da Unesco mostram que o Brasil gasta 5,1% do PIB na educação pública, mais do que a média do G-7 (4,9%) e a média dos emergentes (4,3%); na falta de formação de recursos humanos de primeira linha e por não levar em consideração um sistema baseado na meritocracia: professores capacitados, valorizados e premiados com dinheiro pelo bom desempenho; estudantes motivados e comprometidos. Na China não existe política de cotas. Existem, sim, boas escolas e bons professores. Os melhores alunos terão suas vagas garantidas nas melhores universidades.

Francis Bacon (1561-1626), político, filósofo e ensaísta inglês, considerado como o fundador da ciência moderna, afirmava que o conhecimento científico tem por finalidade servir o homem e lhe dar poder sobre a natureza. A filosofia verdadeira não é apenas a ciência das coisas divinas e humanas. É também algo prático. “Conhecimento é Poder”.

FONTE: GENTE & MERCADO

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